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Diogo Marques dos Santos

terça-feira, 15 de março de 2011

À conversa com... Pedro Rodrigues



Este mês o meu convidado é o Coordenador de Eventos da Desafio Global Ativism, Pedro Rodrigues (PR). Como habitual, o entrevistado irá responder a 05 perguntas, no caso:


BdP - O que o motivou a dedicar a sua vida a esta área?

PR - Um conjunto de situações mais ou menos inusitadas. Quando terminei o secundário toda a minha turma seguiu direito ou gestão. Eu, e um colega, ficámos perdidos sem saber o que queríamos fazer. Só sabíamos o que “não” queríamos fazer… direito ou gestão!

Nisto inscrevemo-nos ambos no Conservatório de Lisboa, na Escola Superior de Cinema, num curso de realização e produção se bem me recordo. Já passaram alguns anos…

Já estávamos inscritos quando ouvimos falar no IADE e no curso de Marketing e Publicidade. Suou-nos melhor. E assim mudámos de curso sempre tendo presente a máxima “qualquer coisa menos gestão ou direito”.

Entretanto, paralelamente ao curso, surgiu a oportunidade de ser assessor do director-geral do extinto FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis). Equivalerá hoje em dia ao Instituto da Juventude.   

Foi uma oportunidade fantástica porque, não voltou a acontecer, vivia-se uma conjuntura muito interessante.

A juventude tinha um ministro (Couto dos Santos) e um Ministério da Juventude. E, nos anos seguintes, foi o boom do cartão Jovem e de várias iniciativas para a juventude.

Tive o privilégio de começar a organizar eventos nesse âmbito.

Fiz vários eventos plenos do entusiasmo e energia que nos movem nessas idades. Numa época em que não existiam nem telemóveis nem emails. E as coisas aconteciam na mesma.

O primeiro evento que organizei, no âmbito do FAOJ, foram umas noites culturais para jovens no Mosteiro dos Jerónimos. Foi um sucesso absoluto e, para a posteridade, deixo uma curiosidade. Como o meu único percurso até à data, na área dos eventos, passava por ter sido presidente da Associação de Estudantes da minha escola e organizar festas nas discotecas da moda em Lisboa, nessa altura, quando precisei de “ajudantes” para tomar conta do público jovem, contratei os seguranças do Plateau e do saudoso Alcântara-Mar. Divirto-me hoje a recordar aqueles matulões, a maioria ex-boxeurs, e o famoso Miranda “Mata-Mulas” dos seus quase 2 metros de altura, a mandarem as crianças fazerem menos barulho.

BdP - A "Desafio Global Ativism" é uma referência a nível da Organização e da Gestão de Eventos, e a prova disso são os vários prémios com os quais já foi laureada, alguma vez pensou que a empresa que criou e gere viria a ter o sucesso e o reconhecimento que hoje podemos presenciar?

PR - Tínhamos pelo menos a ambição da desafio global ativism ser uma empresa de sucesso.

Mas é importante entender que vivíamos em outro contexto. Em 2001, quando começámos, nem se falava em eventos. Fazia-se reuniões de empresas com actividades de team-buidling. A EventoMania veio uns anos depois.

BdP - No "site" da Desafio Global imperam iniciativas; consegue eleger a que mais o estimulou ou a que considera ter sido a mais desafiante?  

PR - Por mais anos que passem acho que elegerei sempre a inauguração do Casino de Lisboa. É o único evento, em dez anos, em que decorei o dia: 19 de Abril. Foi inovador, e arriscado, em todos os aspectos que possamos imaginar.

Passado alguns anos, numa área que evolui tão depressa, se o realizássemos actualmente, copiando o que foi feito na altura, continuaria actual e muito impactante.

BdP - O que é para si necessário para se ser um bom Gestor de Eventos? 

PR - Tanta coisa… quer do ponto de vista técnico quer humano.

Primeiro que tudo um respeito pelos outros. Um destes dias vou escrever um artigo sobre o “Presidente de Junta que existe em cada Português”. Não consigo aturar pessoas mesquinhas e que usado do “pequeno poder” para exercer autoridade sobre os outros. Ainda menos se for no âmbito profissional e na área de eventos.

Por muito bons que sejamos, ou que achamos que somos, uma das nossas imagens de marca é o maior dos respeitos para com todos os fornecedores e “players” envolvidos num evento. Mas existe um reverso da medalha. Quem estiver num evento nosso tem que estar de corpo e alma. Não existe meio-termo.

Por vezes aparecem “personagens” e pseudo-gestores de eventos a quem tenho que perguntar se estão no evento para arranjar soluções ou para levantar problemas.

BdP - Tem algum conselho/dica que gostaria de dar aos jovens/pessoas que começam agora a dar os primeiros passos neste área?

PR - Criatividade, arrojo, know-how técnico mas também muita ética e muito respeito pelos outros.

Gosto de acreditar que, para singrar nesta área, tem que se fazer parte de uma “liga de cavalheiros extraordinários”. Com tudo o que a palavra cavalheiro implica.

O BdP gostaria de agradecer o seu precioso contributo e desejar-lhe as melhores felicidades e sucessos. 

Saudações Protocolares,

Diogo Marques dos Santos

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